Na mídia

Reflexos da obesidade infanto-juvenil na saúde pública é tema de audiência pública

As comissões de Saúde e Meio Ambiente e de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia promoveram, na noite desta quarta-feira (3), audiência pública conjunta para debater a obesidade na infância e na adolescência e os reflexos na saúde pública. A proposição foi do deputado Maurício Dziedricki (PTB), que coordenou o encontro. Ao final do debate, foi criado um grupo permanente de trabalho para dar prosseguimento à discussão do tema, propondo ações concretas, como a criação ou modificação de leis.
O parlamentar explicou que a questão surgiu em 2016, quando disputou a eleição municipal, e se deparou com a questão da reincidência de pessoas no sistema de saúde pública por falta de cuidados relacionados à alimentação saudável e inatividade física. Por isso, apresentou, este ano, o PL 40 2017, que cria o cadastro de obesidade infanto-juvenil nas escolas de ensino fundamental e médio do Rio Grande do Sul. “E não é um mero diagnóstico, é a proposta de acompanhamento, já que essas crianças percorrem 12 anos dentro da escola”, apontou. O parlamentar informou ainda que protocolou também um novo projeto, que obriga a divulgação do quantitativo de sal e açúcar nos rótulos de alimentos, refrigerantes e sucos produzidos, comercializados e envasados no Estado do Rio Grande do Sul.

Manifestações

O professor Roberto Costa, da Faculdade de Desenvolvimento do RS (Fadergs), apresentou dados de estudos acadêmicos e públicos sobre a obesidade na infância e na adolescência. Entre eles, os do Sistema de vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde. Segundo as informações apresentadas, de 2016, o RS tem 54,9% de prevalência de obesidade. Conforme o Programa Nacional de Saúde do Escolar, de 2015, o sobrepeso e a obesidade estão presentes em 31,5% dos adolescentes de 13 a 17 anos no país e, na Região Sul, essa prevalência chega a 38,4%. “Há necessidade de tomarmos providência urgentes”, declarou. Citou o ambiente obesogênico (alimentação inadequada e horas em frente a alguma tela – TV, videogame, smartphone) como um dos principais desencadeadores do problema, que já é a terceira causa de morte no Brasil, só atrás da morte violenta e do alcoolismo. Para ele, para mudar a situação é preciso ter um retrato dos escolares gaúchos, realizar campanhas permanentes para estimular a mudança no estilo de vida, apresentar nos rótulos dos alimentos os elementos nocivos à saúde como ocorre nos maços de cigarro, educar para a saúde e também criar leis, como as propostas pelo proponente da audiência.



AUDIÊNCIA PÚBLICA CONJUNTA - 03/05/2017
Fonte: http://www2.al.rs.gov.br/noticias/ExibeNoticia/tabid/5374/Default.aspx?IdMateria=309446

Má alimentação reflete na balança e no futuro de crianças

Matéria realizada pelo site g1.globo.com

A melhor forma de tornar crianças ativas fisicamente é a partir dos exemplos da família

Recomendar que as crianças façam exercício é fácil. Difícil é conseguir, na prática, tirar os filhos do videogame ou do tablet e colocá-los para se movimentarem. Nesta entrevista, o profissional de Educação Física com doutorado em Pediatria pela Unifesp, Roberto Fernandes da Costa, pós-doutor em Ciências do Movimento Humano e diretor executivo do projeto Aluno Saúde, que desenvolveu uma ferramenta on-line para que as escolas possam avaliar riscos ligados à gordura corporal entre seus alunos, dá orientações a fim de que as famílias consigam tirar os pequenos da frente das telinhas. E ele enfatiza: o exemplo e o incentivo dos pais são fundamentais.

PORTAL SAÚDE 360: De forma geral, que estratégias as famílias podem adotar para incentivar crianças e adolescentes a praticar atividades físicas?

ROBERTO COSTA: A melhor forma de tornar crianças ativas fisicamente é a partir dos exemplos da família. Estudos apontam que, quando os pais são ativos fisicamente, há seis vezes mais chances de os filhos também o serem. Assim, é muito difícil que pais sedentários consigam tornar seus filhos ativos. Quanto a adolescentes, se não foram crianças ativas fisicamente, é ainda mais difícil sensibilizá-los para a importância de uma vida ativa. Outro fator importante é que, para a adesão à prática de exercícios físicos e sua manutenção, se deve praticar aquilo que dá prazer, portanto, a escolha deve ser pessoal, sem imposição.

PORTAL SAÚDE 360: Quais são o tempo e a frequência ideais para que crianças pratiquem exercícios?

ROBERTO COSTA: Os consensos de entidades internacionais, como o American College of Sports Medicine, recomendam que crianças e adolescentes pratiquem pelo menos 300 minutos semanais de exercícios físicos, o que equivale a 60 minutos diários, cinco vezes por semana. Além disso, é fundamental diminuir o “tempo de tela”. Crianças e adolescentes têm gasto tempo demasiado em frente de alguma tela: televisão, computador, videogames e celular.


Entrevista concedida pelo professor Roberto Costa ao Portal Saúde 360

www.portalsaude360.com.br


Garcia recebe pós-doutorando em obesidade infantil

Na tarde de terça-feira (25/11/2014), o presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, vereador Professor Garcia (PMDB), recebeu o professor e pesquisador da Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Roberto Costa, que está desenvolvendo sua tese de pós-doutorado com foco na obesidade e doenças crônicas ligadas aos alunos da rede municipal de ensino de Porto Alegre.

Segundo Costa, um estudo realizado em 2011 com estudantes de 7 a 10 anos indicou que 25% das crianças sofrem com a obesidade. “A pesquisa foi realizada em escolas públicas municipais e acredito que o resultado se atribua à ausência de políticas públicas para o efetivo enfrentamento desse problema. A questão é global, e esses índices se estendem também para escolas estaduais e particulares.”, ponderou.

Para o professor, a obesidade é a porta de entrada para o início de outros problemas. “Os próprios pediatras não estão acostumados a medir a pressão arterial das crianças, por exemplo. Uma avaliação médica no inicio do ano letivo seria um passo no sentido de prevenir diagnósticos mais graves ao longo da vida dos pequenos”, afirmou.

Professor Garcia, que é graduado em Educação Física pela UFRGS e ministrou classes por mais de duas décadas, destacou que o perfil das aulas exigiria alteração no sentido de implementar uma cultura de constante acompanhamento dos jovens. “Além das mudanças de estrutura das aulas e exigências e restrições de venda de determinados alimentos nas cantinas escolares que já existem, seria necessário uma incidência da família nesse novo modelo, tendo em vista que a obesidade também está ligada a fatores e comportamentos além da escola”, concluiu.

O presidente se comprometeu a estreitar o assunto junto à secretária municipal de Educação, Cleci Jurach.

Texto: Lisie Venegas (reg. prof. 13.688)

Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)

Notícia do dia 25/11/2014 extraída do site

www.camarapoa.rs.gov.br

Crianças e adolescentes precisam se exercitar pelo menos uma hora por dia

Para se manterem saudáveis, crianças e adolescentes devem, entre outras medidas, praticar ao menos 60 minutos diários de atividades físicas. Essa é a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a faixa etária de 5 a 17 anos. Com o aumento da violência, a redução das áreas de lazer nas residências e o uso crescente de distrações eletrônicas, as crianças têm se movimentado cada vez menos. A prática de Educação Física nas escolas poderia ser uma estratégia para que a orientação da OMS fosse atendida. Na prática, porém, não é isso que acontece. De acordo com o Conselho Nacional de Educação Física, a Lei 10.328/01 prevê a obrigatoriedade da atividade na escola, mas não especifica frequência nem duração mínimas.

Na opinião do professor de Educação Física Roberto Costa, a disciplina não atinge seu potencial na promoção da saúde porque, na maior parte das escolas públicas e particulares, privilegia os alunos que se destacam nas modalidades oferecidas. Para ele, que é doutor em Pediatria e atualmente desenvolve pesquisa de pós-doutorado em Educação Física pela Universidade Estadual de Londrina, o papel da Educação Física seria o de estimular estilos de vida ativos e hábitos saudáveis, como a prática regular de exercícios e a alimentação balanceada.

“Infelizmente, utiliza-se o esporte como fim e não como meio, privilegiando os mais aptos em detrimento daqueles alunos que mais precisam e mais se beneficiariam da prática de exercícios físicos.”

Segundo o professor, a frequência semanal é de uma a duas aulas, sendo que muitas vezes as duas aulas ocorrem no mesmo dia, limitando ainda mais os benefícios que a disciplina poderia trazer à saúde.

“Estudos realizados no Brasil mostram que, dos 50 minutos de uma aula de Educação Física na escola, em não mais do que 10 a 15 minutos os alunos se mantêm em uma faixa de frequência cardíaca capaz de promover resultados positivos à aptidão física relacionada à saúde”, afirma ele, que é diretor científico do Projeto Aluno Saúde (www.alunosaude.com.br).

Diferentes fatores contribuem para essa situação, afirma Costa. Na rede pública, muitas vezes não há espaço ou material para a prática da Educação Física, e, quando há, as aulas semanais são insuficientes e tratadas como algo que é obrigatório, mas não é importante.

Na rede particular, mesmo quando há local e material, a valorização não é adequada. Algumas escolas fazem convênios com academias ou clubes para que os alunos façam uma modalidade específica, como ginástica ou natação, por exemplo, como se isso pudesse substituir a Educação Física”, lamenta, destacando o caráter formativo da disciplina.

“Os anos iniciais da vida escolar são fundamentais para o aumento do repertório motor e descoberta do prazer pela prática de exercícios físicos, o que aumenta a possibilidade de se tornar algo que possa acompanhá-los por toda a vida”, diz o professor.

Se as atividades na escola não garantem os 60 minutos diários de movimentos, não é necessário, por outro lado, preencher a agenda da criança com atividades extracurriculares de segunda a sexta-feira. Medidas simples, como diminuir o tempo diante de tablets e TVs, são eficazes:

“Crianças e adolescentes têm passado muito tempo em atividades sedentárias. As horas de tela (tempo gasto com TV, videogames, computadores ou celulares) superam muitas vezes os 60 minutos diários”, comenta o professor.

Estudos recentes apontam que apenas diminuir o tempo de tela já produz resultados positivos à saúde. Realizar atividades orientadas por profissional de Educação Física, em academias ou escolas de esportes, seria o ideal, mas aumentar o nível de atividade física diária, retomando as brincadeiras mais ativas ou evitando as atividades sedentárias, já é um bom começo. Essas atividades podem ser realizadas de forma contínua ou acumulada, divididas em vários momentos do dia. Além disso, para aqueles que não abrem mão dos videogames, existem aqueles que envolvem a prática de exercícios corporais no lugar dos controles convencionais.

Outras estratégias são usar escadas em vez de elevadores, caminhar ou pedalar para a escola ou outras atividades diárias. Sempre com o incentivo e exemplo dos pais. O especialista afirma ainda que é preciso dosar a prática de exercícios, respeitando o organismo e garantindo o repouso necessário.

Para obter resultados positivos à saúde, o organismo precisa de estímulo (exercício) e recuperação (repouso) na medida certa, acrescenta Costa. Assim, não é benéfico fazer todo o exercício somente num dia e passar o resto da semana sem estímulos. Aliás, muitos adultos fazem isso, que pode ser mais danoso para a saúde do que ser sedentário.

“São os atletas de final de semana. O ideal é que os estímulos sejam diários quando de forma moderada e em dias alternados quando mais intensos. Nada impede que sejam realizadas duas atividades em um mesmo dia, desde que isso não se torne um estresse desnecessário ao organismo, assim a orientação profissional é fundamental”, pondera Costa.